Fotos: Renan Mattos (Diário)
Maria Rita e a cachorrinha Filha dormem juntas, mas a tutora está tentando acostumar a pet a dormir na própria cama
A estudante de Psicologia Maria Rita Rüdell, 19 anos, encontrou na yorkshire Filha, 1 ano, uma companheirinha para compartilhar o dia a dia. Além das brincadeiras e da troca de carinho, Maria Rita não resistiu e acabou colocando a pet na cama, onde dividem cobertas e travesseiros. Mas todo esse aconchego já causou preocupação a amigos e familiares da estudante.
- Adotei a Filha quando ela tinha apenas 40 dias de vida. Sua fragilidade fez com que eu quisesse protegê-la do frio. Assim, coloquei a pet para dormir na minha cama e não tirei mais. Algumas pessoas se preocupam tanto com o bem-estar dela quanto com o meu e me aconselham a preparar outro ambiente para Filha dormir - conta a tutora.
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Maria Rita e Filha são inseparáveis. Quando a estudante está em casa, a pet não desgruda. Sofá, cadeiras, cama... elas dividem todos os espaços e o tempo todo.
- Admito que já tentei colocá-la na caminha dela, o que deu muito choro. Não resisti e acabei cedendo um cantinho na minha cama para ela - diz a tutora.
PRECAUÇÕES
Para o médico veterinário Raul Rosa a companhia dos bichinhos é sempre bem-vinda. Mesmo assim, ele recomenda que os pets tenham um cantinho exclusivo para dormir.
- Mesmo desverminados e com as vacinas em dia, os animais carregam alguns parasitas que podem ser nocivos ao ser humano, a curto ou a longo prazo. É maravilhoso dar carinho e compartilhar o dia a dia com os pets, mas recomendo que eles tenham suas próprias camas e cobertas - afirma o veterinário.
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Para aqueles que não abrem mão de dividir a cama com o pet, Rosa orienta que as vacinas estejam em dia, assim como o controle de parasitas. Além disso, ele pede que os tutores atentem para os banhos regulares do animaizinhos e que mantenham o pelo deles aparados, dentes escovados e patas higienizadas depois dos passeios.
Também médico veterinário, Marco Montoya lembra que se o pet tiver alguma alergia, terá a saúde prejudicada se for exposto a ácaros, pólens e mofos. Tais fatores podem estar tanto no ambiente deles quanto no quarto do tutor. Além disso, ambos podem passar alergia um para o outro.
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- É praticamente inevitável que os animais peguem pulga ou carrapato. Às vezes, um simples passeio na pracinha já é suficiente para infestação. Sem o controle adequado, cobertas, travesseiro e colchão serão alvos fáceis desses parasitas - alerta Montoya.
O AFETO
O veterinário não ignora a importância do aspecto afetivo de dormir aconchegado com o cão ou o gatinho. Ele explica que muitas pessoas veem nisso um forma de cuidar e de reforçar a atenção ao pet, principalmente por quem passa muitas horas longe de casa.
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- Só não pode deixar que uma manifestação de carinho torne-se um apego exagerado a ponto de fazer o bichinho sofrer a cada separação. Também é preciso considerar o tamanho do animal. Algumas raças crescem bastante e, quanto mais o tempo passar, mais difícil será desacostumá-lo a dormir com o tutor - afirma Montoya.
O veterinário lembra, ainda, que, ao ficarem idosos, os animais tendem a ter dificuldade para controlar as necessidades ou para subir e descer da cama. Por isso, para ele, é melhor para o bichinho ter a própria cama.
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AMBIENTE
Médico pneumologista, Ayrton Schneider Filho aconselha que os tutores tenham máxima atenção com o ambiente que será dividido com os pets para que a saúde de todos seja protegida. Ele também recomenda que os bichinhos tenham a cama deles, mesmo que perto do dono.
- Principalmente quem tem rinite alérgica, asma e pré disposição para outras alergias deve evitar levar o pet para a cama. Querendo ou não, eles carregam nas patinhas ou nos pelos alguns fatores que podem passar para as roupas de cama - diz o médico.
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Schneider acrescenta que o controle do ambiente deve incluir armários, colchões, sofás e todos outros lugares que podem acumular fungos, mofos e ácaros.